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15) DE VOLTA A CASA
15) DE VOLTA A CASA

Passados alguns dias sai do hospital e voltei para casa com o meu filho, o meu mais que tudo, o meu tesouro nos braços. Senti uma paz e o sentimento de estar realizada pessoalmente.

 Agora sim, seria mãe a tempo inteiro para amar, aconselhar, cuidar e ensinar para toda a vida, sem pedir nada em troca, apenas um sorriso me iria bastar. Em casa da minha sogra já estava montado no meu quarto um berço de madeira que esperava pela chegada do meu filho (Lucas). Uma nova banheira, por estrear para os banhinhos do Lucas e uns avós babados à sua espera. A casa dos meus sogros era totalmente diferente da, da minha avó.

a banheira do meu filhote

Era pequena a entrada estava a sala com 2 sofás e 1 móvel para a televisão que fazia de cristaleira também. Outro móvel para loiças de cerimónias, o quarto dos meus sogros, que era pequeno, o meu quarto, logo seguido da casa de banho que tinha um chuveiro, porque era uma divisão pequena e não cabia banheira.

Estas casas tinham uma particularidade que pessoalmente não gosto, não tinham tecto falso, ou placa, as paredes eram muito altas e tinha as telhas à mostra. Bem para se limpar era um castigo. No quintal havia uma pequena marquise de telheiro onde estava uma bancada e uma máquina de lavar roupa, o esquentador e as flores de casa. A cozinha era na parte de fora, era pequena, apenas tinha um lava-loiça, uma arca frigorífica, um fogão, uma bancada coma televisão e uma mesa para 4 pessoas.

 O terraço era tapado e servia de casa de arrumação e estendia a roupa. A casa da minha sogra tinha muitas flores em vasos. Como os meus pais contaram com os meus avós para me criarem, eu contava com os meus sogros, principalmente, com a minha sogra pela experiência de vida dela. Ainda vivi alguns meses com os meus sogros até a minha avó me pedir para voltar para a casa que um dia foi minha.

Eu cedi o seu pedido….

Desta vez não foi uma fase de adaptação, mas sim reaprender a viver com a minha família, que estava bastante mudada em relação ao nascimento. Agora quem formava a minha família era eu, o meu companheiro, a minha avó, a minha mãe, o meu pai, o meu irmão, ainda bebé e o meu filho.

 

uma sequencia de iamgens da minha familia

Bem quando foi morar para casa da minha avó fiquei no quarto que um dia tinha sido dos meus pais. Esse quarto era composto por uma cama, 2 mesas-de-cabeceira, um enorme guarda-fatos e uma poltrona. Do lado da janela coloquei a cama de madeira para o Lucas.

 

 nao é a cama do meu nino mas muito parecida

 Não só o quarto estava mudado, toda a casa tinha sofrido mudanças.

A sala de antigamente tinha um móvel grande e 3 móveis de canto, não havia sofás, a cozinha apenas tinha os armários na parede, uma mesa toda bamba e 2 cadeiras muito velhas, não havia sequer uma televisão.

O quarto da minha avó tinha apenas uma cama e uma mesa-de-cabeceira. A minha avó não comprava nada para a casa, porque achava um desperdício de dinheiro numa coisa que ela só usava para dormir, quando e queria ver televisão ia a casa do meu pai. É claro que eu e o meu marido, a pouco e pouco, à medida do nosso orçamento familiar, fomos recheando a casa a nosso gosto.

 Compramos frigorífico, máquina de lavar roupa, fogão, um vídeo para podermos ver filmes à nossa escolha, que alugávamos no Clube Vídeo da minha terra, a aparelhagem já ele tinha, pequenos electrodomésticos de uso para os meus cozinhados e móveis em segunda mão, mas em estado novo. Na altura, era um começo de vida e eu não podia gastar muito dinheiro e então fomos adquirindo conforme as nossas necessidades e também conforme o nível de vida ia melhorando fomos adquirindo electrodomésticos e tecnologias mais recentes no mercado, como por exemplo, um DVD ( na altura, era de preço proibitivo, mas comprei na loja Worten, numa promoção de lançamento do produto) e também mandei instalar a TV Cabo.

 

uma sequencia de electrodomesticos que ia comprando

Era mais canais para escolher o que queria ver e não o que me era imposto pelos canais de televisão habituais (RTP1, RTP2, SIC e TVI). Ainda tive a rede de canais, via satélite, durante algum tempo. Através dela vi muitos programas que me ensinaram algumas coisas relativo a história, ciência, natureza, …,

alguns canais da T.V

Por satélite já não me lembro bem como funcionava. Sei que tinha um Xbox com um cartão, podia alugar filmes e ver em casa e tinha um cartão de oferta com desconto para o cinema, mas nunca utilizei. Mandei tirar a Tv. Cabo, porque veio uma factura de 40 contos (na altura ainda era escudos) para pagar. Informei-me sobre o porquê do montante e disseram que tinha sido canais codificados a que tinha aderido, mas a verdade é que nunca tive nada disso em casa. Para não haver mais problemas dessa ordem mandei cortar. Acabei por pagar a antena e a Xbox que ficaram comigo. Se amanhã eu quiser colocar novamente Tv. cabo em casa já não tenho de pagar a antena, só a instalação.

a antena da T.V cabo

Hoje em dia porque as melhorias nesse campo de tecnologias já são mais avançadas a cobertura de rede, seja ela por cabo ou satélite, já é maior. Também já tive a sapo ADSL com telefone. Com esta forma apenas pagava 25 euros mensais e o telefone a partir das 21h para rede fixa eram grátis, a rede de cobertura da Internet chegava para o que eu precisava. Já tive a Canguru como Internet móvel, mas agora está desactivada, pois com esta Internet não posso navegar muito, porque o tráfego é muito limitado. Hoje tenho outra Net móvel de marca Canguru também, porque é obrigatório. Actualmente, tenho a MEO que me dá acesso à Internet, telefone e mais 40 canais à minha escolha tudo isto a um preço baixo. Mandei por a MEO, porque era mais barato. Pago unicamente 40 euros mensais e tenho os 40 canais na sala e nos 2 quartos, onde os meus filhos já podem ver os canais Panda e o Disney Chanel que têm desenhos animados para a idade deles, e eu posso ver na sala o que quiser

 

 

tabela de preços da MEO

Posso alugar filmes sem sair de casa, a Internet é mais rápida e tenho internet em toda a casa, ou seja, no meu portátil apanho a internet do router principal, sem ser preciso fios o que, por vezes, me dá bastante jeito.

 

Bom assim ia recheando a minha casa com isto e com gargalhadas e com as gracinhas do meu primeiro filho mas...... Viver com a minha avó foi um sacrilégio, porque eu e o meu companheiro não podíamos dar um passo, ter uma conversa, ou fazer fosse o que fosse que a minha avó queria saber tudo, queria que eu vivesse o meu “casamento” pela ideia dela, pelas normas e regras dela. Sinceramente com o meu feitio e temperamento foi muito complicado. Não bastava eu estar a aprender a viver com outra pessoa, um filho, não poder dar um passo sem dizer ao meu marido, quanto mais dar satisfações à minha avó. Ela achava que tinha esse direito por estar a morara na casa dela.

A minha avo

Naquela altura, andava tão revoltada e sentia-me tão vigiada que pensei em arrendar uma casa para mim e para o meu marido, assim já não tinha de passar por tudo aquilo. Mas, é claro que arrendar uma casa seria muito complicado, considerando os gastos - a renda, agua, luz, comida calçar, vestir, ….

Decidi, em conjunto com o meu marido, ficarmos m casa da minha avó, pois não quis dar um passo maior que as minhas magras pernas.

a minha avó e o meu menino

Os meses foram passando e ela começou a ser mais flexível e a respeitar o nosso espaço. Até me foi ajudando a criar o Lucas. Não só na questão financeira, como a tomar conta dele. Sim, a tomar conta dele. Não é que não soubesse, mas o meu filho nasceu como os sonos trocados, ou seja, nasceu no virara da lua e então dormia de dia e comia e brincava de noite, chorava muito. Como era muito complicado estar de noite acordado e de dia dormir, fazíamos assim: umas horas o pai ficava com ele, depois eu e lá pela volta das 5 ou 6 da madrugada ficava a minha avó. Para nos dois podermos descansar. Isto foi assim até o dia da morte dela, devia eu ter os meus 18 anos.

Chorei tanto. Tinha uma dor avassaladora, uma revolta e tristeza tão grandes, que por mais palavras de conforto que eu ouvisse nada me fazia passar aquela dor. A pessoa que me criou, amou, educou, ajudou na vida, partiu…e eu não poderia voltar a contar com ela. Por mais que brigássemos ou discutíssemos éramos o apoio uma da outra. Nas horas de aflição era ela que eu tinha a meu lado. A partir daquele dia já nada era assim.

 Senti-me perdida, sozinha. Talvez tenha sofrido mais pela morte dela do que talvez um dia quando a minha mãe partir… Já passaram alguns anos e ainda sinto o mesmo. Até porque, ainda hoje, revejo o último sorriso dela que foi dirigido a mim. Para mim ela foi apenas fazer uma viagem, à volta do mundo e um dia irá bater à porta… Desta forma comecei uma vida apenas a três: eu o Vítor e o Lucas. A casa que era da minha avó ficou para mim.

 

um começo de vida a 3

Para quem antes tinha o apoio de uma sogra, da avó e da mãe agora estava sozinha para começar a vida e reger-me pela minha cabeça, pelos meus ideais e princípios éticos. Agora sim, tinha uma casa minha, onde ponha e disponha à minha vontade. Foi vivendo o meu “casamento” entre risadas do meu filho, as primeiras gracinhas, os meus sorrisos e também lágrimas, porque o meu “casamento” nunca foi um mar de rosas, já desde essa altura era vivido com alguns dissabores, talvez por ter crescido rápido demais, ter uma ideia diferente do casamento, ou até, porque não, por eu ter um feitio explosivo. No entanto, nem sempre as discussões eram só geradas por mim, até porque o meu companheiro tinha na ideia que poderia fazer uma vida de solteiro. Enchia a minha casa com amigos e família, dando festas de aniversário, ou apenas porque sempre gostei de receber os meus conhecidos em casa. É uma coisa que me da muito prazer, mesmo que seja para um simples almoço.

a minha casa cheia de vida como eu gosto