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7) A ESCOLA PRIMÁRIA
7) A ESCOLA PRIMÁRIA

Aos 5 anos entrei para a escola primária. Uma nova mudança. Sim, uma nova mudança em tudo. Mudei tanto que comecei a vestir aquelas roupas de betinha, como eu lhe chamava, e chamo até hoje, ou seja, as saias as blusas brancas, os vestidos, os casaquinhos até à cintura os sapatos pretos e o cabelo, que já começava a escurecer, apanhado. Tenho a impressão que na primária só vesti fato de treino e sapatilhas quando havia ginástica.

 

 

vestido que detesto

o vestido que a minha mãe guarda e eu detesto

 

 

Entrei para a primeira classe, tive novos professores, novos amigos, aprendi novas letras, novos números regras a cumprir e horários. Tanta coisa nova de repente. O que mais me agradou foi os amigos. Alguns deles transitaram comigo do infantário para a escola, outros foram novos. Nesse ano fiz muitos trabalhos manuais que ainda hoje guardo. Muitos deles foram expostos nas paredes amarelas da sala de aula, ou por cima do quadro preto.

Na 2.ª classe fiz novos amigos, porque, naquela altura, não era permitido passarem os mesmos alunos juntos de ano para ano. Aqui prendi novas coisas e matéria.

 

 

2 classe

a minha turma na 2 classe

 

 

Fui aprendendo entre as brincadeiras, corridas, saltos, jogos da macaca, jogo de berlindes, apanhada e o lencinho. Na 3.ª classe tive a minha primeira experiencia, mudaram a professora. Acho que foi nessa altura que sentia revolta. Veio uma professora que não conhecia com novas formas de ensino e regras. Para mim foi um choque. Tinha de seguir as regras e formas de comportamento.

 

 

o jogo do lencinho

 

Mas se eu já não gostava nada de cumprir ordens, então na 4 classe deixei de gostar da escola e de ter motivação. Tive um professor muito rígido e que as formas de ensino conforme as regras. Tinha de as seguir tanto na aprendizagem como no comportamento. Ele era rígido na nossa formação pessoal e na educação. Era tão rígidos que, éramos obrigados a cantar o Hino nacional, de pé, todos os dias de manha. O exposto estava escrito nos Regulamentos relativos à Educação e saiu publicado no Diário da República, 17 de Setembro de 1985, na Portaria nº 690/85.Assim, como era rigoroso seguia o exposto à risca e nós como alunos também. Contudo, hoje percebo que, o Hino Nacional é a nossa música, é um símbolo da Identidade da Pátria.

 

 

 

a partitura do "hino"

 

 

Por outro lado, esse professor era tão rígido que usava muito a palmatória, ou seja, aquela régua de madeira com que aplicava as reguadas. Ainda levei umas poucas reguadas que me faziam sentir vergonha, porque ele dava as reguadas em frente a toda a turma. Por exemplo, se não fizemos os trabalhos de casa o castigo era umas determinadas reguadas. Esta era a sua forma de andarmos na “linha”. Se bem que, na altura, fazia parte do método de ensino em que hoje é proibido. Hoje, existe uma pedagogia nas escolas e outras formas de ensino mais suaves, com as quais, como mãe concordo plenamente, pois, penso que, não é através dos castigos corporais que as crianças aprendem, para além de que esses castigos podem prejudicar as crianças não só no facto de se sentirem rebaixadas como também ganharem medo a escola.

Contavam histórias horrendas sobre ele. Mas até interagia com os alunos nos intervalos. Jogava à bola e às escondidas entre os choupos que existiam no pátio.

 Mas dentro da sala transformava-se totalmente. Mas bem vistas as coisas foi ele que nos preparou para a nova fase que estava prestes a chegar. Tornou nos mais independentes, como também a estudar de outra forma. A entender a matéria de outra forma, como também a pensar mos em atingir os nossos objectivos. Pelo meio de todas estas experiências escolares tive algumas pessoais que me deixaram marcas e memórias.

Memórias tais como ver o que era a morte de alguém. Já devia ter a noção daquela história que se conta que quando alguém morre vira uma estrela, mas afinal aos 8 descobri que não era assim. Vi pela primeira vez um cadáver, ou seja, o meu avô morto.

Lembro-me como se fosse hoje. Até falei para ele, porque pensei que estivesse a dormir, mas afinal estava morto e percebi que quando alguém falece já não volta apenas resta as memórias e uma boa lembrança. Pode desaparecer da terra mas mora para sempre no nosso coração.

 

 

 

o meu avô

 

 

Naquela altura, como já foi há muitos anos, era usual as pessoas que faleciam ficavam na sua residência. Era o local da última homenagem. Só depois o corpo era levado para a igreja ou capela onde se realizava a missa de corpo presente. Só mais tarde, com a construção da casa mortuária se passou a velar o corpo até à hora do funeral. Este acontecimento marcou-me de tal maneira que ainda o revejo hoje em dia. Não so por ter visto um cadáver, mas também pelo facto de ser o meu avô uma pessoa que me criou. Como eu era muito nova os meus pais explicaram-me o que era a morte. Mais tarde e aos longos dos anos venho a descobrir por mim propria que a morte talvez esteja mais presente na minha exsitencia do que algum dia poderia imaginar.

 A morte significa, o fim de um corpo, de uma “coisa” que se toca e ve-se mexer, respira e por aí fora..o corpo perde a sua vida e para os comuns dos mortais acabou, aquelas pessoa de que se gosta foi embora para todo um sempre.

 Mas pergunto – me a mim mesma séra que acabou???? Séra acabou de vez??

Ou séra que a alma o espirito, não continua entre nós? São perguntas que não quero ter as respostas, tenho tanto medo, pavor de ter as respostas. A muitos sentimentos que para os comuns dos mortais não passam de situaçoes reflectidas por uma imaginaçao fértil, mas só quem presente, ouve vê, o que parece ser impossivel sabe o calario que invade o corpo, a sensaçao de terror.

fecha-se os olhos com esperança que desapareça que não apareça mais mas por mais que não se que queira esta ali alguem alguma coisa.

A muito tempo ouvi estas palavras:

 -“tens uma aura angelical, é como se fosses uma estrela que brilha intensamente, tens uma força inesplicavél única e genuina..”

Na altura tambem reafirmaram com uma certeza indescritivel, que eu nasci no momento em que os planetas entravam em alinhamento, ou lá o que isso queira disser, sou sincera nunca quis saber. Estas palavras, ficaram gravadas na minha memoria.

 Mas sou sincera tenho medo do “Mundo Oculto”, do que esta para alem da morte, para alem da vida terrestre. Pessoalmente aprendi a controlar a minha mente, a distinguir alguma situaçoes, cheiros, presenças e afins….. Por vezes parece que já andei pelo mundo, conheci pessoas, senti cheiros, comi dos melhores manjares, vivi na realeza e na pobreza..

 A locais perdidos que nunca lá estive mas sei exactamente onde ficam. Parece mentira mas não é.

Podem ser sonhos podem ser promeniçoes (sentimentos de que alguma coisa irá acontecer), seja o que for tenho medo e quando algum acontece (sentir, cheirar, ver), tento me rodear de pessoas de carne e osso, pessoas tocavéis e fecho os olhos a espera que passe.. O mundo oculto dissem os cientistas que não tem razao, é inesplicavel…

 Existe estudos efectuados que referem que apenas 2% dos casos são reias..mas esses estudos não contabilizam as pessaoas que se mantem caladas e não revelam a ninguem, por medo, constrangimento, de serem gozadas e por ai fora. .Mas que existe alguma coisa existe…

 Houve quem me disse se que as respostas para as minha dúvidas estavam no meu coraçao e na minha mente, bastava eu querer ver o que era inesplicavél, que tudo ficaria claro como a agua da mais pura nascente.

Bem, voltando a morte do meu avo,foram os meus pais que me ajudaram a ultrapassar aquela descoberta