Até os 3 anos de idade sempre vivi e fui educada pelos meus familiares.
eu com 2 anos
Nessa idade, entrei para a pré-escolar, uma nova etapa de vida, que durou até os 5 anos. Foi no infantário das Fazendas de Almeirim que conheci outras crianças e fiz as minhas primeiras amizades, descobertas, aprendi regras, a vencer obstáculos e a cumprir as regras e normas básicas perante a sociedade. Como já tinha um espírito livre e personalidade forte dei algum trabalho às minhas educadoras de infância. Participava em todo o que eram brincadeiras, jogos, eventos para os pais e peças de teatro.
eu com três anos
Tinha um dinamismo contagiante. Os meus pais iam-me levar à escolinha, por volta das 7h e 30 m e iam buscar-me por volta das 18h. Entre aquelas paredes dei muitas gargalhadas, fiz birras e deixei muitos desenhos. Tive 2 educadoras por quem, ainda hoje, tenho um afecto especial a D. Lucadia e a D. Porcinia, que cuidavam de mim, e dos meus amiguinhos, quando tínhamos febres, constipações, dores ou doenças menos graves, porque já, naquela altura, os meninos com situações mais graves, ficavam em casa, visto sermos muitos e as educadoras não podiam ficar connosco – até, porque por mais cuidados de higiene e limpeza que houvesses existem vários vírus que são transmissíveis.
Por exemplo, o vírus responsável pela gastroenterite, conjuntivite, ou gripe, são mais susceptíveis a transmissão e potenciar o contágio. Mas, já na altura, em lá andei este infantário tinha todos os cuidados de higiene e de segurança, como, por exemplo, quando brincávamos no escorrega ou nos balances, as educadoras vigiavam as crianças e existe o seguro que abrangia as crianças desde que entramos no infantário até à porta da nossa casa, ou os pais nos irem buscar.
Eu com um vestido rosa e as minhas educadoras Porcinia e Locadia
Fiz muitos jogos, desenhos e trapalhadas com elas, mas como era teimosa e já queria ser uma senhora dei-lhes fortes dores de cabeça, tendo um dia fugido do infantário, porque queria ir ter com os meus pais. Deixei tudo e tudo e todos em alvoroço. Mas foi só essa a dor de cabeça que dei. Apesar de ser irrequieta e vivaz, gostava de brincar ao faz de conta, imaginar cozinhados, canções, espectáculos que eu mesma apresentava e de brincar descalça na terra batida amarela do quintal.
Eu descalça...
Já nessa altura, queria usar roupas de senhora, porque pensava que era muito grande e, para isso ia calçar os sapatos de salto alto, usar as pinturas faciais da minha mãe, ou melhor borrava-me toda e tudo à minha volta com as pinturas.
Com os vestidos rodados que a minha mãe gostava, mas os sapatos de salto alto ao meu lado
A minha mãe conta-me que gostava de me vestir com vestidos de saia rodada e mangas a balão, camisas brancas e saias pregadas e eu, muito teimosa, não queria. Queria era os calções, ou, como já havia na altura, calças. Como tinha o cabelo aos cachos ela gostava de que eu andasse de cabelos soltos e eu queria que fosse preso, muito teimoso e perseverante nas minhas ideias. A minha mãe queria que usasse os sapatos pretos engraxados com os vestidos, ou sais rodadas e eu queria era os botins e calções.
O último natal no infantário