Já no quarto, o meu filho dormia num berço pequeno de ferros brancos.
Vestia a sua primeira roupa. Aquela roupa que em tempos também tinha sido a minha primeira roupinha.
Como mãe babada que era fiz questão que ele a vestisse. Senti orgulho e alegria que até chorei. Só vi uma complicação ao vestir era o facto de o bebé ter uma mola no umbigo e isso requeria cuidados de higiene importantes. Tinha de se desinfectar e pôr num posição por debaixo da roupinha para que o umbigo fica-se perfeito.
A mola e o aspecto que o umbigo tem quando a mola caí
No banho, pelo menos o primeiro que dei, foi muito estranho, porque os bebés não podem ir para a banheira tem de se dar o banho na cama com uma toalha embebida em sabonete liquido. Só podem tomar banho de banheira depois do umbigo e a mola caírem por si... e confesso que pensava que o meu bebé não ficava bem lavado.
No dia 5 de Abril tive as minhas primeiras visitas, se bem que essas visitas não fossem para mim, eram mais para o Lucas. Bem, talvez nesse dia, tenha tido a minha maior surpresa da vida …. Vi pelos corredores daquele hospital o meu companheiro e o meu pai.
Sim, o meu pai, aquele que esteve quase 9 messes sem me dirigir a palavra e foi a primeira visita do meu filho. Sem me dirigir uma palavra que fosse apenas me olhou com um olhar triste e eu apontei com o dedo para onde estava o neto.
O meu pai, sem mais medidas, tirou o meu filho da cama e agarrou ao colo. Vi as lágrimas a caírem-lhe pelo rosto.
Pediu-me perdão pelo que um dia me disse ou fizera e eu disse que um dia até o poderia vir a perdoar, mas que não levasse isso como certo, porque há coisas nesta vida que jamais esqueço e uma delas é a reacção do meu pai.
Atrás do meu pai vinha o meu companheiro todo feliz da vida com um sorriso de orelha a orelha.
o meu "marido"