22) A DESILUSÃO..........
22) A DESILUSÃO..........

Após a conclusão do meu curso EFA, voltei a mostrar indignação, 2 anos praticamente a dar o meu melhor a mostrar minhas capacidades e agora tinha de ficar a espera da declaração e de um certificado para poder me inscrever no Centro de Emprego e Formação e esses documentos só viriam após a qualificação ou não de algumas colegas minhas, não era justo, eu estando a aplicar-me de forma intensa cumprir os objectivos estar pendente daqueles que apenas viram o curso como um meio de sustento derivado a bolsa. exigi do centro de formação Agrícola de Almeirim que me passassem os ditos documentos para eu poder prosseguir com a minha vida. E consegui.Na altura as declaraçoes da finalização de curso e a declaração como ja tinha  12º ano de escolariedade.

uma das declarações

 

Dirigi-me a centro de emprego e formação em Santarém, para efectuar nova inscrição com novos dados, nomeadamente o meu Tao desejado 12º ano de escolaridade e um curso.. Bem aí é que percebi de forma rápida e eficaz que eu não passava de um numero de estatística para o governo.. Então não é que ninguém sabia para onde o meu curso se dirigia, para que área no mercado de trabalho..nem ao menos sabiam que curso era.. A senhora que modificou a minha inscrição ainda foi a Internet a procura do que poderia ser..mas para desanimo ela também não encontrou informação..então pediu-me para eu me dirigir a escola pedir um documento de esclarecimento,sobre o curso e áreas a que se aplicava.. Ai...eu fiquei completamente estupefacta com aquela situação..bem mas pelo menos ri-me muito..o que havia eu de fazer....lá renovei a minha inscrição.

Bem fotocopei o meu curriculum vetae e começei uma nova busca constante a procura de trabalho, restaurantes, supermecados, fabricas..nao importava eu queria era trabalhar.. Mas a situaçao neste momento no nosso país esta tao complicada que eu ja sabia que iria ser mutio complicado conseguir um trabalho lagoa primeira.. Mas nunca desisti.. Comecei uma busca no campo profissional, mas infelizmente comecei a perceber que muitas portas se fechavam, antes era porque não tinha estudos agora era porque tinha a mais.

 

 

 o meu Curriculum Vetae

Mais uma vez fiquei tão revoltada indignada com o nosso sistema português. Na minha opinião os nossos Governantes vão aos meios de comunicação social dizer que existe menos inscritos nos Centros de Emprego derivado ao Programa Novas Oportunidades, pois bem mas não fazem refêrencia que após a conclusão dos cursos não existem postos de trabalho para inserção e na área dos cursos.

Bem voltei a minha vida limitada, voltei a dedicar me a casa, “marido” e filhos. Nas primeiras semanas até me sabia bem estar em casa, fiz umas boas limpezas, dediquei me aos meus filhos e ao seu processo de aprendizagem. O Lucas já tem 11 e o leo 9 anos, estão enormes, felizes cada vez mais reparo que consegui lhes dar as bases para crescerem na harmonia e no amor. O sorriso deles comprove-me isso todos os dias. O Lucas é um menino calmo, bem disposto, com um feitio como se diz na gira...deixa andar. O leo continua muito traquina a saltar pelos sófas, a dar –me cabo do juízo e de olhos brilhantes a sua vicissitude é tanta que continua a pregar -me valentes sustos por exemplo ingerir soda caústica, partir braços, enfim nunca poderia dizer o meu menino mais novo é um "descanso"

 

os meus meninos

 A minha vida com o meu “marido" nesta altura mudou um pouco. Ele foi trabalhar para o norte propriamente para Torre de Moncorvo, para a construção da barragem Baixo-sabor, e eu fiquei sozinha com os meus filhos. Mais uma vez tive de fazer papel de pai e mãe, tive de educar sozinha,dar atenção carinho. Bem como estava desempregada podia fazê-lo de forma eficaz. O meu “marido “só vinha a casa de quinze em quinze dias com o meu “primo”, sim...com o meu “primo”, foi ele que mais uma vez ajudou o meu "marido", levou o Vítor para cima em busca de novas aprendizagens de melhores condições de vida.

dias antes de ir para o norte

O meu “primo” apesar de não ser é assim que lhe chamo, porque é uma pessoa que por diversas vezes já esteve ao meu lado, apoiar-me a ouvir-me a aconselhar, nós os dois temos uma ligação muito boa, uma amizade muito forte, um carinho exemplar. Nunca ouvi dele uma palavra ofensiva, mesmo quando faço algo que ele não esta de acordo ele tem uma subtileza para me explicar seu ponto de vista. Por vezes eu nem preciso falar ele ja sabe o que penso, entra dentro da minha cabeça..é raro algum amigo o fazer mas ele consegue. Posso dar o exemplo de quando o meu “casamento” estava em fase final ele ajudou-me nessa época teve tanta paciência nunca me condenou nem nunca apoiou, ficou no meio termo mas sempre a ajudar-me. Quando o Vítor foi para oa Holanda, de dia ou noite ele estava sempre preparado para qualquer eventualidade que eu precisa-se. Quando andei a tirar o meu curso eu pedia-lhe ajuda e ele fazia ouvidos "moucos", não ligava nenhuma,por vezes ficava muito chateada,mas como eu sou persistente, teimosa e determinada no que quero conseguia fazer na mesma. E ele ria-se. Quando tirei o meu curso e recebi o diploma ele não manifestou muito interesse, mas eu sei que ele se orgulhou por eu ter o meu objectivo realizado. É uma das poucas pessoas que tenho de dizer obrigado com muita intensidade.

o meu "primo"

 Bem voltando ao ponto em que o meu “marido"foi para o norte, e eu fiquei sozinha com os meninos. O lucas e o leo já andava na 3ºclasse. E eu em casa desempregada, sentido-me inútil, presa, inrrealizada. Passava meus dias a fazer limpezas de casa, nos meus bordados e Internet. Mal saia de casa, saía quando as minhas amigas de curso me telefonavam para irmos a pastelaria, almoçar fora. Porque conseguimos manter sempre o contacto e manter aquela amizade que se foi formando ao longo de 2 anos. É satisfátorio para mim, olhar para trás e perceber mais uma vez que por onde passei, estar inserida trazer amigos comigo.é sinal que continuo a mesma menina de sempre, brincalhona, sincera, bem disposta e amiga do meu amigo.

Bem durante o dia andava de um lado pelo outro ia falando com o meu “marido”por sms escritas, a noite falávamos por computador pelas web câmaras. Era um meio de trazer proximidade e algum contacto com os meninos, que estavam sempre a perguntar pelo pai, e é compreensivél , pois para eles não era hábito o pai ou mãe estar tanto tempo fora. Mas por vezes a vida prega-nos partidas enormes.

Mas nemtudo é mau para minha alegria e satisafação chegou a tao desejada carta registada, o meu certificado do 12º ano, porque te um declaração é bom, mas ter o documento carimbado e assinado é outra coisa, ao lê-lo tive a certeza absoluta que  meu objectivo estava realizado..foi uma sensação que não consigo esplicar, as lágrimas de alegria acabaram-se por soltar-se, senti-me feliz,por um documento,inacreditavel, como um simples documento consegui que o meu sorriso invadise o meu rosto e a alegria toma-se conta de mim.

 

 

o meu diploma do 12º ano

 

Nesta altura também percebi quem eu tinha a meu lado, quem me apoiava, quem olhava para mim pelo que sou como pessoa. Não posso deixar de referir que um grande amigo que já me acompanha desde o ciclo, vinha com a sua família passar várias tardes a minha casa, porque sabia que eu estava sempre só. Esse amigo de que falo e não posso deixar de fazer referencia a ele, porque tem um lugar muito especial na minha vida, foi ele que apresentou o “marido”, o meu namoro iniciou-se pela sua mão, já vivemos várias peripécias juntos, inclusive quando ele se casou pelo Registo Civil, foi a mim e o meu “marido”, que ele convidou para seremos testemunhas ou padrinhos não sei bem. Sei que mais uma vez na vida e nas nossas decisões estivemos juntos. Não vou negar naquela altura custo-me imenso assinar um papel em que eu sabia e sentia que não era o seu desejo, em que eu sabia que ele não estava feliz, nem iria se-lo, ainda lhe perguntei por um olhar se era o que ele queria, e num olhar meio entristecido ele disse-me que sim. Ainda hoje me pergunto o que levará uma pessoa a casar pelo Registo Civil, pela Igreja sem terem a certeza, se no fundo do coração não é o que desejam..será por comodismo, será para fazer a vontade a noiva, a sua família..sou sincera não entendo. só sei que entre ele eu e o meu "marido", existe um cumplicidade tao garnde que no proprio dia do casamente quem chegou atrasado e bem ao casamento foi o noivo, o seu bem-estar pessoal entra os amigos era tal que se esqueçeu por completo que ia-se casar, essa peripecia ainda hoje é recordada entre risos e gargalhadas.Bem hoje em dia eu continuo amiga dela e amiga dele, apesar do casamento nao ter dado certo, a amizade entre nós prevaleceu, é o mais importante.

eu ao lado do noivo

 

Hoje me dia esse meu amigo por quem tenho muita estima, carinho, construi nova família. Por vezes ia até Almeirim ter com eles, almoçava com eles, ia passear com a mulher dele, porque formou-se uma amizade de irmãs, falamos de quase tudo, da-mos conselhos uma a outra....considemo-nos irmãs ou mais que isso, por diversas vezes ouvimos os desabafos uma da outra e damos conselhos uma outra.

bia, carol e ana

 

Mas não vou negar por muito que anda-se “entretida” com eles, faltava –me algo, sentia-me sozinha,era um sentimento d esolidao que posso descrever como se se eu tivesse num campo de futebol completamente cheio mas eu estar sozinha é um sentimento que nao consigo descrever de forma fácil, sentia-me  inútil...cada vez que ia a Almeirim e não só os meus olhos percorriam todas as montras e pequenos anúncios a procura de trabalho, eu necessitava de me sentir utíl, de trabalhar, sentir novamente aquela sensação de sair de casa de manhã para o trabalho, ter responsabilidades, chegar a noite a casa fazer os meus afazeres, dar atenção aos meus filhos necessitava daquela adrenalina..e simplesmente não tinha. Sentia um vazio constante.

Cada vez que recebia uma convocátoria de Centro de Formação e Emprego de Santárem era um esperança que renascia, mas assim que ia as entrevistas tudo desvanecia novamente. Neste momento as Entidades Patronais no nosso País já não se interresam se o candidato tem estudos, tem experiência profissonal, disponibilidade imediata, já não importa estas credencias, neste momento a primeira pergunta que se ouve :

-“recebe do Fundo de desemprego? Recebe do rendimento Mínimo de Inserção Social?”

Ora bem eu como não tenho direito a nada disso, as ditas entrevistas acabavam ali mesmo, porque hoje em dia por mais que me custe admitir como cidadã as Entidades Patronais não querem pagar salário completo, logo dão preferência a quem recebe algum tipo de subsídio estadual. Na minha opinião esta mal feito, em primeiro lugar o rendimento mínimo de inserção social é muitas vezes requerido por quem não necessita, muitas vezes é entregue a toxicodependentes que usam essa verba mensal para consumo de estupefacientes, as pessoas de outras nacionalidades também tem direito a essa verba..mas o nossos governantes excluem os cidadãos nacionais, os nossos idosos, que já recebem pensão tão baixas... cada pessoa singular criança ou idoso é estipulada uma verba individual.Como cidadã no meu ver o nossos governantes a nossa Segurança social deveria rever todos estes processos.

v

o quadro com os valores individuais

 

Mas nem tudo nesta altura foi desilução para mim, porque com o meu regresso tambem pode me dedicar a pessoas que fui deixando para tráz, por falta de tempo, por andar embaranhada na minha vida privada, como agora já disponha de mais tempo, voltei a reatar uma amizade de anos, falo de uma grande amiga a carina somos mais que gemeas, é uma amizade como nunca se viu, somos unha e carne, mas por escolhas da vida tivemos de nós afastar ela foi viver para outra terra e deu-se a distancia, mas eu sei e ela tambem que estamos uma para a outra, pois ja vivemos situaçoes na nossa vida em que fomos o apoio uma da outra, nao ha palavras para descrever esta amizade....por muito que vida nós afaste estamos presentes, somos os ouvidos, boca,nariz uma da outra. Já vivemos tantas situaçõe de alegria de choro, mas momentos de intensa alegria que por muitos anos que passem não conseguimos esqueçer..até posso nomear um momento desses, um dia no rio Tejo, o rio que banha a minha area de residencia, nesse dia e ja foi a muitos anos , fui eu o Pedro, Vitor, Carina, e os nossos filhos passamos um dia tão agradavél,brincamos tanto eu parecia uma aut~entica criança. Tão boas recordações que o tempo nao apaga.

 

a Carina e o pedro e o seu filhote mais velho