Nesta página vou escrever e tentar explicar minimamente o que é a perda auditiva,soluções e as consênquencias que este problema pode transmitir a quem sofre desta “defeciencia.”
como já referi o meu filho mais novo tem perda auditiva, daí minha decisão de explicar e aprofundar mais este tema.
É chamada de deficiência auditiva a perda parcial ou total da possibilidade de ouvir, que varia em graus e níveis. pode-se dizer que a audição está normal quando há uma diminuição de até 15dB (decibéis). Nos casos de perda entre 16 e 25 dB, há uma deficiência auditiva suave. A surdez manifesta-se como leve quando a perda varia de 26 a 40 dB, moderada entre 41 e 55 dB, moderadamente severa entre 56 e 70 dB e severa entre 70 e 90 dB.
Quando a perda auditiva é maior, ela impede o indivíduo de ouvir a voz humana e, portanto, de adquirir, espontaneamente, a capacidade de aprender a modalidade oral da língua, mesmo com o uso de prótese auditiva (aparelho). Calcula-se que pelo menos uma em cada mil crianças nasce profundamente surda, o que é diagnosticado através de exames, como a audiometria e o audiograma.
Muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos ao longo da vida, devido a acidentes ou doenças. A deficiência auditiva pode ser adquirida quando existe uma predisposição genética (por exemplo, a otosclerose), quando ocorre meningite, ingestão de remédios ototóxicos (que causam danos aos nervos relacionados à audição), exposição a sons impactantes ou viroses. Outra causa da deficiência congênita é a contaminação da gestante através de certas doenças, como rubéola, sarampo, sífilis, citomegalovírus e toxoplasmose, além da ingestão de medicamentos que lesam o nervo auditivo durante a gravidez. É importante lembrar que estas pessoas muitas vezes não falam porque não ouvem, mas elas podem emitir sons. Muitas aprendem a se comunicar com as pessoas que ouvem através da fala e aprendem a fazer leitura labial, para compreender o que é dito em resposta. Assim, a expressão "surdo-mudo", que é utilizada muito frequentemente, não é correta, pois estas pessoas não são mudas, mas sim surdas.
De acordo com a visão médica o termo surdez e deficiente auditivo, estão intimamente ligados, sendo o surdo visto como o portador de uma doença localizada, uma deficiência que precisa de ser tratada. A surdez é definida como a “perda parcial ou total da capacidade auditiva”. A deficiência auditiva é caracterizada em termos de:
1. Classificação da Deficiência Auditiva quanto ao Tipo (ou Local) Esta caracterização refere-se à localização da lesão, que origina a perda auditiva. Pode dividir-se em: - Surdez de Condução É originada por patologias (doenças), que acontecem no ouvido externo e/ou no ouvido médio (ver Sistema Auditivo). Por exemplo, rolhões de cera, malformações do pavilhão auricular, perfuração do tímpano, otites, podem originar uma perda deste tipo. - Surdez Neuro-sensorial ou de Percepção Ocorre quando as causas da perda auditiva estão localizadas na cóclea e/ou nervo auditivo (ver Sistema Auditivo). Se estiver situada na cóclea denomina-se endococlear, se estiver localizada no nervo auditivo ou num nível superior da via auditiva chama-se rectrococlear. Por exemplo, nos casos de Síndroma de Meniére, presbiacusia (perda auditiva decorrente do envelhecimento). - Surdez Mista Existe quando coexistem alterações no ouvido externo/médio e no ouvido interno, por isso tem características de surdez de condução e neuro-sensorial.
2. Classificação da Deficiência Auditiva quanto ao Grau Segundo o Bureau International d’Audio-Phonologie (B.I.A.P. - 02), 1998, a deficiência auditiva é classificada de acordo com os limiares auditivos obtidos pela pessoa num exame de audição (audiograma tonal). Esse exame revelará a existência ou não de uma perda em dB (que é uma medida relativa de intensidade do som) em relação ao ouvido normal. Então, o grau de audição pode ser classificado em:
- Audição Normal ou Subnormal O limiar auditivo médio não ultrapassa os 20 dB. - Deficiência Auditiva - Ligeira Perda auditiva de 21 a 40 dB; - Moderada 1º grau: perda auditiva de 41 a 55 dB; 2º grau: perda auditiva de 56 a 70 dB; - Severa 1º grau: perda auditiva de 71 a 80 dB; 2º grau: perda auditiva de 81 a 90 dB; - Profunda 1º grau: perda auditiva de 91 a 100 dB; 2º grau: perda auditiva de 101 a 110 dB; 3º grau: perda auditiva de 111 a 119 dB; - Total (Cofose) Perda auditiva média de 120 dB.
3. Classificação da Deficiência Auditiva quanto à Causa Causas da Surdez de Condução - Cerúmen ou corpos estranhos no canal auditivo externo; - Otite externa - Otite média - Interrupção da cadeia ossicular (martelo, bigorna e estribo), por traumatismo, explosão, malformação, otite, etc. - Inflamação da membrana do tímpano - Perfurações da membrana timpânica - Obstrução da trompa de Eustáquio - Fenda palatina - Otosclerose Causas da Surdez Neuro-sensorial Causas Pré-Natais (antes do nascimento) - de origem hereditária - de origem não hereditária (Infecções maternas por rubéola, citomegalovírus, sífilis, herpes, toxoplasmose) - Drogas ototóxicas (são aquelas que prejudicam o ouvido) e outras, alcoolismo materno - Irradiações (por exempo, Raio-X) - Toxemia, diabetes e outras doenças maternas graves Causas Peri-Natais (durante o parto) - Prematuridade e/ou baixo peso ao nascimento - Trauma de parto - Doença hemolítica do recém-nascido (icterícia grave) Causas Pós-Natais - Infecções: meningite, encefalite, parotidite epidémica, sarampo - Drogas ototóxicas - Perda auditiva induzida por ruído - Traumas físicos que afectam o osso temporal
4. Classificação da Deficiência Auditiva quanto ao momento em que ocorre Surdez congénita: acontece antes ou durante o nascimento; Surdez adquirida: ocorre após o nascimento. Considerando o desenvolvimento da linguagem, denomina-se: Surdez pré-locutiva (ou pré-linguística): aquela que ocorre antes do desenvolvimento da fala e da linguagem; Surdez pós-locutiva (ou pós-linguística): a que surge depois do desenvolvimento da fala e da linguagem.
teste da orelhinha eectuado aos recem-nascidos
Audição e Fala A audição é essencial para o desenvolvimento da fala, da linguagem, da socialização e de outras formas de comportamento. Sem a audição a criança tende a se afastar do seu meio ambiente, isola-se, e pode ter a aparência de criança retardada, com distúrbios emocionais e de aprendizagem. Torna-se claro que a audição deve ser testada em qualquer criança que venha para avaliação de distúrbios do desenvolvimento. Classicamente, surdez é descrita como perda de audição para determinado número de decibéis e freqüentemente não se leva em conta o aspecto funcional da audição, como propósito de comunicação. Ouvir não é apenas escutar; implica numa interpretação ótima de sons levando à produção de pensamento e linguagem. As perturbações da audição podem ser classificadas em quatro categorias: por condução, neurossensorial, mista e central. O déficit de audição por condução envolve perturbação da área do ouvido responsável pela transmissão mecânica de sons, portanto limitada à patologia do ouvido externo e médio (por exemplo, má formação congênita, cerúmen, infecção).
Quase sempre a redução da audição não é total, e pode, na maioria das vezes, ser resolvida do ponto de vista médico. A maioria dos casos de déficit auditivo por condução se relaciona diretamente com disfunção da trompa de Eustáquio, devido à infecção das vias aéreas superiores, obstrução tubária, secreção de líquido no ouvido médio e posterior infecção. A perda de audição neurossensorial resulta de dano no ouvido interno e nas fibras nervosas associadas. Tais lesões são usualmente permanentes, levando ao déficit sensorial e distorção dos sons, perturbando a discriminação auditiva mesmo daqueles sons ouvidos. O déficit neurossensorial pode ser congênito ou adquirido e as causas mais comuns são defeitos genéticos, infecções viróticas e bacterianas, uso de drogas ototóxicas e exposição contínua a ruídos de alta intensidade. Quanto mais precoce é a perda, e mais severo o déficit, mais dramático é o efeito sobre o aprendizado da fala e da linguagem, e sobre outros tipos de comportamento. A perda de audição de origem central é muito mais difícil de ser determinada em crianças porque existem muitas vias pelas quais o estímulo sonoro chega até o córtex cerebral. De modo geral, os testes utilizam a fala para o diagnóstico, requerendo resposta verbal do paciente. Por esse método, apenas quando as lesões são unilaterais elas podem ser identificadas. Dessa forma, a patologia central é mais freqüentemente presumida, depois de excluída uma anormalidade periférica da função auditiva através da anamnese e exame físico.
Mesmo captando e transmitindo os sons, o paciente é incapaz de utilizar os estímulos auditivos para finalidade de comunicação. O que já está demonstrado é que as lesões centrais não produzem déficit de audição do tipo observado nas lesões periféricas (por exemplo mensurável através da audiometria). Do ponto de vista prático, a criança seria incapaz de utilizar os estímulos sonoros para propósitos funcionais. Das lesões centrais, apenas os tumores poderiam ter soluções do ponto de vista médico, sendo as demais abordadas como seqüelas, através de educação especializada e foniatria.
Como se comunicar melhor
• Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque em seu braço de forma delicada;
• Perceba como a pessoa surda que está a sua frente se comunica. Algumas fazem a leitura labial, outras só sabem comunicar-se por sinais (língua de sinais) e outras comunicam-se das duas formas. Se ela fizer leitura labial, fale de frente para ela e não cubra sua boca com a mão;
• Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere na lentidão. Use a sua velocidade normal, a não ser que ela lhe peça para falar mais devagar;
• Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha;
• Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará a você. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas;
• Para quem não ouve, a expressão facial ajuda a captar sutilezas da comunicação transmitidas pela voz, como o tom irônico de uma frase, por exemplo. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão boas indicações do que você quer dizer;
• Gritar com o deficiente auditivo é uma atitude ineficaz e, infelizmente, muito comum. Lembre-se que, além de não facilitar a comunicação, essa forma de falar pode ser interpretada pelo surdo como uma ofensa a ele;
• Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual, se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou;
linguagem gestual
• Nem sempre a pessoa surda tem uma boa audicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente as pessoas surdas não se incomodam de repetir para que sejam entendidas, pois isso demonstra que você está interessado em entendê-la;
• Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar, seja qual for o método;
• O surdo, até mesmo o oralizado (ou seja, o que aprendeu a falar), pode não ter um vocabulário extenso. Portanto fale normalmente e, se perceber que ele não entendeu, use um sinônimo. Em vez de "automóvel", fale "carro", por exemplo;
• Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete supondo que ela não possa entendê-lo.